GRADUAÇÃO
Quando entrou na graduação do Instituto de Física da USP (IFUSP) , em 1969, Beatriz colocou-se no caminho acadêmico ao qual tanto almejava após ser fortemente influenciada pelo livro Um, dois, três…infinito de George Gamow, ou seja, se tornar uma astrofísica. Finalizou a primeira etapa tornando-se Bacharel em Física em 1972.
MESTRADO
Seguiu adiante em seus estudos acadêmicos na USP e conforme conta em entrevista à Pesquisa Fapesp edição 206 de Abril de 2013:
Beatriz teve como orientador de sua Dissertação de Mestrado o professor Sayd José Codina Landaberry, renomado astrônomo, que foi presidente da Sociedade Astronômica Brasileira de 1976 a 1978 e diretor do Observatório Nacional de 1990 a 1998. Sua dissertação tem a seguinte citação:
No referido ano de 1976, concluiu seu Mestrado em Astronomia pelo Instituto Astronômico e Geofísico da USP (IAG/USP).
DOUTORADO
Ainda no ano de 1976 foi contemplada com uma bolsa de estudos do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) que junto a outra ofertada pelo Consulado da França, ambas viabilizaram, em 1977, sua ida para estudar na Universidade Paris VII (Université Paris VII – Denis Diderot), afim de realizar seu Doutorado. Através de contatos feitos por Licio da Silva, do Observatório Nacional, que defendeu sua Tese de Doutorado na mesma Universidade e foi orientado por Giusa Cayrel de Strobel, foi aceita no grupo de Roger Cayrel e Giusa Cayrel de Strobel, tendo como sua orientadora Monique Spite.
Roger Cayrel
Monique Spite
Giusa Cayrel de Strobel
Em entrevista à Pesquisa Fapesp edição 206 de Abril de 2013, Beatriz Barbuy faz uma descrição de como foi esse período e como ele foi importante na sua formação como astrofísica profissional. Segue uma breve passagem da entrevista:
“Foi muito legal porque era um grupo que tinha várias personalidades. A Monique era bem prática. Tudo que era complicado ela reduzia a uma única instrução e o Roger tinha um nível incrível, demorei uns 10 anos pra entender o que ele falava. Era um grupo com bastante gente em torno, com trabalho e observação de estrelas. Tive de aprender a trabalhar. Aqui as vezes o aluno nem aparece todo dia. Lá todo mundo trabalha todo dia por não sei quantas horas e você se dá conta de que está numa das profissões mais sérias. Astrofísica é interessante. Há a teoria – tem que ler bastante -, mas também tem os dados. Quando você está cansado da teoria, trabalha nos dados. Essa diversidade de coisas ajuda a trabalhar várias horas.”
Durante este período na França, a pesquisadora realizou a publicação de 3 artigos autorais, entre 1978 e 1981, que foram referenciados em importantes revistas internacionais e são citados pela comunidade científica. Abaixo segue o título dos artigos e os links para conhecimento dos respectivos trabalhos:
Depois de 5 anos de aprofundados estudos, Beatriz Barbuy concluiu sua tese e obteve o título de Docteur dÉtat ès Sciences Physiques pela Université de Paris VII em janeiro de 1982.
Este é o título do trabalho de defesa da tese, da agora Doutora Beatriz Barbuy:
PÓS-DOUTORADO
Entre os anos de 1982 e 1983 foi bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) no programa de Pós-doutorado no Lick Observatory, LO, Estados Unidos.
Em 1986, desenvolveu suas pesquisas, durante três meses, na Universidade Cambridge, no Reino Unido.
No ano de 1987, permaneceu por dois meses, na sede do European Southern Observatory, na cidade de Garching, na Alemanha.
INSERIR ÁRVORE GENEALÓGICA DO PÓS-DOUTORADO. PESQUISAR OS ARTIGOS COM ORIENTADOR E VER QUEM PARTICIPOU
LIVRE-DOCÊNCIA
A professora Beatriz Barbuy, conforme apresenta em seu Currículo Lattes, e como é ilustrado através dos infográficos 1, 2 e 3 abaixo, sempre foi muito ativa também na orientação e supervisão de estudantes. Tendo o título de Livre-docência, obtido em 1987 no Instituto Astronômico E Geofísico da Universidade de São Paulo, (IAG/USP) e já tendo orientado e supervisionado 30 alunos que já concluíram com êxito suas dissertações de mestrado e/ou tese de doutorado. Atualmente conta com 4 pesquisadores sob sua supervisão.
No infográfico 1 abaixo, estão apresentadas todas orientações de Mestrado e Doutorado, com os respectivos alunos e anos em que iniciaram seus estudos, que estão atualmente em andamento e sob tutela da professora Beatriz.
Infográfico 1
Já os infográficos 2 e 3 abaixo, demonstram em ordem cronológica decrescente da esquerda para direita, todas orientações que sob responsabilidade da professora Barbuy já foram concluídas, citando os alunos e os respectivos anos em que publicaram sua dissertação de Mestrado ou tese(s) de Doutorado.
Infográfico 2
Infográfico 3
Outros destaques Importantes
da Vida Acadêmica de Beatriz Barbuy.
Pode-se citar também um outro aspecto da carreira acadêmica e profissional da astrofísica Beatriz Barbuy, onde ela desenvolve também um importantíssimo trabalho junto à entidades e institutos nacionais e internacionais, participando ativamente de comissões e iniciativas que visam o desenvolvimento da astronomia e astrofísica em vários contextos.
Todo este envolvimento da professora Barbuy em conjunto com outro(a)s renomado(a)s cientistas, contado também com a parceria do CNPq e da FAPESP são muito benéficas para a astrofísica nacional, permitindo que o Brasil tenha uma destacada participação em importantes projetos internacionais, disponibilizando assim mais horas destinadas à pesquisa e uso das instalações por parte de nossos cientistas.
É possível citar, como exemplo do importante papel desempenhado pela professora Barbuy, no IAG/USP, na construção de espectógrafos para o telescópio do Observatório Austral de Pesquisa Astrofísica (SOAR).
Desde 2020, Beatriz participa também do grupo de trabalho para financiamento e construção de dois espectógrafos, o CUBES para o Very Large Telescope do ESO e o MOSAIC que será instalado no maior telescópio do mundo, o Extremely Large Telescope (ELT).
Very Large Telescope
Extremely Large Telescope
Há de se destacar também dois outros importantes projetos que estão em andamento e aproveitam toda “expertise” de Beatriz Barbuy para sua coordenação:
APOGEE (2017)
O APOGEE é um levantamento espectrográfico de infravermelho próximo de alta resolução de aproximadamente 100.000 estrelas na Via Láctea. O Instrument Development Group desempenhou um papel fundamental no projeto optomecânico do espectrógrafo. O espectrógrafo trabalhará na banda H, de 1,52 a 1,69 mícrons, com resolução da ordem de 20.000. O espectrógrafo APOGEE usa 300 fibras de sílica fundidas de baixo OH (“secas”) com um FOV de 2″ para transferir a luz da placa do plugue no plano focal do telescópio SDSS-III para o espectrograma localizado em uma sala de instrumentos adjacente.
Descrição: Acordo com Observatório Nacional (ON/MCTIC), dentro do grupo LINEA, para participação no Sloan Digital Sky Survey (SDSS) e espectrógrafos do projeto APOGEE (Apache Point Observatory Galactic Evolution Experiment). Pesquisa na Universidade de São Paulo financiada pela FAPESP.
LACEGAL (2016)
Descrição: Projeto LACEGAL = Rede latino-americana-chinesa-europeia de formação do GALaxy. Financiado pela União Européia, na chamada: H2020-EU.1.3.3. - Estimular a inovação por meio da fertilização cruzada de conhecimento.
Objetivos: Descobertas espetaculares na astronomia foram impulsionadas por uma combinação de avanços observacionais e simulações de computador inovadoras. Simulações são agora aceitas como sendo essenciais para a interpretação e exploração de dados. A Europa é líder mundial nesta área. Nosso objetivo é desenvolver o altamente bem-sucedido FP7 LACEGAL IRSES para evitar a fragmentação de conhecimento e a concentração de recursos de supercomputadores em alguns grupos. A expansão do LACEGAL construirá novas colaborações de pesquisa entre a Europa e os principais centros da América Latina e China, e fortalecerá aquelas estabelecidas no âmbito do IRSES. A maior parte dos intercâmbios será realizada por Pesquisadores em estágio inicial, que terão acesso a treinamento exclusivo em computação de alto desempenho, equipando-os com habilidades muito procuradas na academia e na indústria. Também planejamos workshops em toda a rede para compartilhar conhecimento e fornecer treinamento especializado, disseminando resultados de projetos e experiência além dos membros do LACEGAL. Nosso programa de pesquisa aborda questões-chave na formação de galáxias e na estrutura em larga escala do Universo. Um objetivo importante é produzir os modelos teóricos de vários comprimentos de onda que são urgentemente necessários para enfrentar o desafio colocado pelas próximas observações. O LACEGAL é particularmente oportuno, pois nos permitirá analisar novos dados e nos preparar para grandes projetos internacionais nos quais os cientistas do LACEGAL têm liderança.
Por fim, mais um exemplo da relevância de Beatriz no cenário científico mundial, pode ser observado durante sua gestão como vice-presidente da Internacional Astronomical Union (IAU), quando em 2009 teve importante participação para que este fosse escolhido o “Ano Internacional da Astronomia”. Ao lado está o “card” oficial de divulgação.